O Navegador
Quem foi meu porto
Era também meu barco
Suspenso nos mares deste corpo
Fico; quando parto.
E busco como quem busca ar num mergulho:
Versos pra poesia
Das que encontro neste mar de entulho
Basta a que não existia
E das dores que não eram minhas
Só existe um verso: o reverso
Na poesia copiada de outras linhas
Só um caminho: o descaminho
E tudo isso é real,
Como real é o leme
E é real o navegador
E não sei se por gravidade do destino
Ou capricho das águas, fui ter com meu ofício
Sem os braços em tantos barcos sem motor.
Quem foi meu porto
Era também meu barco
Suspenso nos mares deste corpo
Fico; quando parto.
E busco como quem busca ar num mergulho:
Versos pra poesia
Das que encontro neste mar de entulho
Basta a que não existia
E das dores que não eram minhas
Só existe um verso: o reverso
Na poesia copiada de outras linhas
Só um caminho: o descaminho
E tudo isso é real,
Como real é o leme
E é real o navegador
E não sei se por gravidade do destino
Ou capricho das águas, fui ter com meu ofício
Sem os braços em tantos barcos sem motor.
Quem foi meu porto
Era também meu barco
Suspenso nos mares deste corpo
Fico; quando parto.
E busco como quem busca ar num mergulho:
Versos pra poesia
Das que encontro neste mar de entulho
Basta a que não existia
E das dores que não eram minhas
Só existe um verso: o reverso
Na poesia copiada de outras linhas
Só um caminho: o descaminho
E tudo isso é real,
Como real é o leme
E é real o navegador
E não sei se por gravidade do destino
Ou capricho das águas, fui ter com meu ofício
Sem os braços em tantos barcos sem motor.
João Paulo
Imagem: Salvador Dali – A Caravela